Proponho um brinde à lei seca


Merece um brinde - aliás, vários brindes. Desde que evidentemente não se volte dirigindo para casa.

Dados colhidos por Mônica Bergamo, da Folha, a partir de relatórios oficiais, mostram que, desde a implantação da lei que inibe o motorista de dirigir alcoolizado, a queda no número de atendimentos nos hospitais especializados em trauma, na cidade de São Paulo, foi de 55%.

Isso em apenas três semanas. O efeito, de fato, não é da nova lei --já havia uma legislação que obviamente proibia a combinação de bebida com direção. Pesaram aqui a educação e, em especial, a punição.

O fato é que, neste momento, mexer abruptamente na lei pode significar a tradução de que "liberou geral" e implicar imediatamente mortes.

É hora, agora, de avançar ainda num esforço de também impedir a glamourização da bebida feita pela publicidade.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.
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